Director do Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do IPOLFG

Director do Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do IPOLFG

Presidente da Sociedade Portuguesa de Oncologia (2000-2002)

Presidente do Grupo de Estudos de Cancro de Cabeça e Pescoço (2010-2014)

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domingo, 5 de agosto de 2012

Serviço Nacional de Saúde e a sua condenação politica


Num momento em que em Portugal se dá por adquirida a insustentabilidade do SNS e a necessidade de reformular o Estado Social na área da saúde, em Londres na cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos 2012, os organizadores não encontram melhor tema do que o de homenagear o National Health Service (NHS).
Tendo com o pano de fundo o Sistema de Saúde Inglês, passível de críticas, na sua estrutura, no seu desempenho, nas falhas de produtividade e na relação custo/beneficio, com custos pesados para toda uma nação, os ingleses em plena crise mundial não tem vergonha de perante milhões de espectadores defender e homenagear um sistema, que nos seus fundamentos constituiu uma marca Europeia do pensamento humanista do período do pós guerra contrapondo-se a filosofias de estados oligárquicos, xenófobos e fascistas.
Os Ingleses, governados por um governo conservador e liberal, enalteceram perante todo o mundo um sistema de saúde baseado em ideais e princípios que valorizam as ações humanas e os valores morais de respeito, justiça, honra, amor, liberdade e solidariedade.
Enquanto isto se passa num pais caracterizado por hábitos, tradições e leis seculares, em que o orgulho nacional sempre foi invocado para nos momentos mais difíceis unirem esforços e lutar contra a injustiça, em Portugal os que falam da sustentabilidade do SNS são apelidados de visionários e perigosos esquerdistas.
Esta é a visão dos chamados "Young Urban Professionals" vulgarmente tratados por “Yuppies” caracterizados por uma formação universitária, trabalhando preferencialmente na área
económico-financeira e seguindo invariavelmente as tendências da moda.
Eles, os grandes responsáveis pela catástrofe económica e financeira nacional e mundial, atribuem ao Estado todos os males e pretendem resumir a sua intervenção a uma expressão negligenciável.
Esta visão não anda muito longe da veiculada durante governação Salazarista de que todos os que discordavam dos ditames do Estado Novo eram perigosos comunistas.
Este argumento constitui uma “desonestidade e manipulação intelectual” lamentável e que não deveríamos aceitar.
Todos estamos cientes das dificuldades por que Portugal passa.
Todos estamos dispostos a sacrifícios que obedeçam aos princípios da equidade caracterizada por um Estado com preocupações socias genuínas.
Mas que haja uma honestidade mental que possa servir a todos sem excepção, sem desvios provocados pelos interesses particulares que sistematicamente se sobrepõem ao interesse de uma nação.
Parem o ataque sistemático ao SNS responsabilizando-o pelo mal de todos os males.
E necessário mais do que nunca a enorme virtude da honestidade.

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